terça-feira, 26 de junho de 2012



Policial militar preso por sequestro pediu de volta cerveja apreendida dentro do BEP

O carregamento de cerveja apreendido no BEP
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O carregamento de cerveja apreendido no BEP Foto: Pablo Jacob / Extra

Marcos Nunes

O cabo da Polícia Militar Fábio de Matos Silva sofreu uma derrota na Justiça que deixou o bolso vazio e um gosto amargo na boca. Preso desde o ano passado no Batalhão Especial Prisional (BEP) da PM, sob acusação de envolvimento num sequestro, ele viu a Auditoria Militar negar um recurso da sua defesa, que pedia a devolução de 2.628 latões de cerveja, de 700 ml cada, apreendidos dentro do BEP em 24 de outubro do ano passado.
A carga estava em um Fiorino, apreendido no pátio da unidade. A bebida foi adquirida a mando do policial em um supermercado do Rio, e fez parte de uma compra, que incluía carne suína, cujo o valor total foi de R$ 4.499.
No recurso em que solicita a devolução da cerveja, a defesa do PM alegou que o cabo e a mulher dele são donos de um bar em Angra dos Reis, na Costa Verde. A bebida, comprada de forma lícita, segundo os advogados, serviria para abastecer o local, durante um evento.
A promotora Isabella Lucas, da 1ª Auditoria Militar, não concordou com as alegações da defesa do PM e deu parecer contrário à devolução. A Justiça acabou indeferindo o recurso, que entrou na Auditoria em 27 de fevereiro, logo após o fim do carnaval.
— Mesmo que tenha sido comprada de forma lícita, a bebida entrou de forma ilícita no BEP. A defesa alegou que o PM e a mulher realizam eventos. Mas preso não realiza evento algum — afirmou a promotora.


Fachada do Batalhão Especial Prisional
Fachada do Batalhão Especial Prisional Foto: Marco Antonio Cavalcanti / O Globo
Defesa alega que cabo quis aproveitar promoção
De acordo com a advogada Daniela Correa Grégio Leite, que defende o PM Fábio de Matos Silva, seu cliente ainda não decidiu se um novo recurso será impetrado, a fim de pedir novamente a liberação da cerveja.
— O juiz indeferiu o pedido não por conta de ilicitude, já que temos nota comprovando que tudo foi comprado de forma legal. Vou conversar com meu cliente para saber se há interesse para tentarmos novamente a liberação — disse a advogada.
Daniela Grégio também negou que o dono da Fiorino tenha ido ao batalhão prisional fazer a entrega das 2.628 latas de cerveja.
— Meu cliente soube da promoção em um supermercado do Rio e pediu a um amigo que fizesse a compra. Foi só isso. Esse amigo estava indo visitá-lo, quando houve a apreensão — disse.
Segundo ela, as cervejas não foram compradas para entrar no BEP, mas para serem vendidas no bar em Angra dos Reis:
— No meu entendimento, a apreensão não ocorreu dentro do BEP e, sim, no estacionamento da unidade, que fica do lado de fora da ala que dá acesso às celas.
A apreensão das cervejas ocorreu, após monitoramento feito por câmeras, detectar a entrada de um Fiat Fiorino no pátio da unidade. De acordo com o coronel Wilson Gonçalves, que comandava o BEP na época, o motorista do carro alegou que a carga seria conferida por um PM

Fonte: O EXTRA ONLINE

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